Afortunadamente pude estar entre os mais de 35 mil jovens que participaram da Nochevieja 2011/2012. No dia a cidade estava cheia desde cedo. A Plaza Mayor, que é o cenário da festa, ganhou um palco embaixo do relógio, de onde os DJ’s animaram o público. A partir das 22h30 começaram a ser distribuídos kits com gorrinhos de Papai Noel, copos descartáveis para as bebidas e pacotinhos de gominolas (balas de gelatina que simbolizam as 12 uvas que devem ser comidas ao som das 12 badaladas do relógio).

Fazia muito frio, creio que perto de 0 grau. Mas isso não afetava em nada a alegria e disposição dos estudantes ali presentes. Como em toda a Espanha, a segurança estava por toda a parte, policiais cuidavam para que não houvesse problemas. Em Salamanca é proibido andar pelas ruas consumindo bebida alcoólica e na festa não foi diferente. Mas claro, que para tudo se dá um jeitinho. Durante a tarde vi muitos jovens com gelo e litros e litros de refrigerante de limão. Só na hora da festa é que fui entender o motivo. Antes de chegar a Plaza Mayor cada um montava sua bebida. O mais comum era vodka + gelo + refrigerante de limão em copos gigantescos. Não era difícil passar despercebido pelos policiais.

Conforme a hora ia passando, os amigos iam chegando, se encontrando e comemorando. Eis que à meia noite começaram as badaladas do relógio. A cada campanada se comia uma gominola. Mas como é tudo muito rápido, ao som da décima segunda, ao olhar para os lados notava-se todo mundo com a boca cheia, pois não dava tempo de engolir em sincronia com o relógio. E se comer gominolas já é difícil, imagine as 12 uvas. É quase uma maratona.
Quando enfim o relógio anunciou MEIA NOITE, a festa na Plaza Mayor acabou. Sim, a pontualidade espanhola está presente até mesmos em términos de festas. A partir daí as pessoas se dividiram pelas pequenas calles, indo para as centenas de bares, pubs e discotecas para beber, comer e dançar.
Na minha opinião (assim como na maioria dos brasileiros que estavam na festa), é aí que começa a parte chata da festa. Se por um lado é muito bom ver gente de todos os tipos (leia-se homens e mulheres lindos por todos os cantos), por outro lado é chato ter que enfrentar muitas filas para conseguir entrar em algum lugar. Todos querem entrar ao mesmo tempo e os bares, em sua maioria são pequenos e não comportam tanta gente. Para quem tem menos de 25 anos tudo é festa, mas para mim a noite terminou às 3h da manhã. Já para a grande maioria dos festeiros a festa só acabou depois das 6 da manhã, com direito a desayuno.
Nós brasileiros estamos acostumados com festas que se estendem madrugada a dentro, em lugares abertos. Mas em Salamanca é diferente. Por ser uma cidade em que a economia é movida pelos bares e restaurantes, não é vantajoso para a prefeitura investir em uma festa aberta, na Plaza Mayor por exemplo. Porque quem paga a festa são os bares e eles precisam ter o retorno do investimento. E se as pessoas demorassem mais tempo pelas ruas, não iriam aos bares. Essa é a lógica. Tanto que os tickets que valem comida e bebida são vendidos com quase um mês de antecedência. Cada pessoa compra quantos bilhetes quiser e no dia troca por bebidas nos bares.
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